Sporočila za javnost - Introdução ao MRC - Parte III
Introdução ao MRC - Parte III
Regressamos à entrevista com Blazefp e Francisco Pires, nesta que é já a terceira parte desta tentativa para ajudar os mais novos a gerir melhor a sua equipa.
Desta vez contamos com a ajuda na primeira parte do cerne das fórmulas - as corridas.
CORRIDAS I (treinos, riscos e qualificação):
Blazefp's Magazine: Focando-se no coração deste mundo - as corridas - como podem iluminar os novos gestores nesta matéria tão importante?
Francisco Pires: Nas corridas, os novos gestores devem focar-se em conhecer o seu piloto e os seus carros. Se acham que ele está a despistar-se sozinho muitas vezes e a perder mais rating do que ganha, talvez seja melhor baixar os riscos de condução, mesmo que vos pareça estar muito baixos. É sempre melhor ganhar aos poucos do que não ganhar de todo. Mas nem sempre a culpa é nossa, às vezes são os outros que nos impossibilitam qualquer manobra e vemo-nos obrigados a bater ou sair da pista, outras vezes o carro está demasiado instável devido a fracos treinos e, sejamos justos, pode ser simplesmente azar.
Agora, falando de treinos, penso que é importante sublinhar bem isto: vejo muitos pilotos a fazerem muito poucas voltas nos treinos. É certo que há pistas excessivamente longas, como a Le Mans em França, que não deixam fazer muitas voltas, mas a maior parte deixa fazer mais de 15 por treino.
Quanto mais voltas se fizer, mais possibilidades se tem de ver como melhorar o rendimento do carro. Os treinos não são ensaios para as corridas, são para perceber qual é a melhor afinação para o carro naquela pista.
É muito simples, basta correr sem riscos e encher o depósito do carro. Naturalmente, quantos mais voltas damos, mais são as possibilidades de nos despistarmos, mas acaba por compensar.
Blazefp: Sim, não se esqueçam que por cada despiste que se tenha num treino, o vosso piloto perde essa e a próxima oportunidade de correr, por isso convém não arriscar muito.
Uma das coisas que aconselho fazerem é guardarem os dados de todos os treinos numa folha à parte ou numa folha de excel. Quem tem superlicença não precisa de fazer isto, o sistema faz isso por eles.
Francisco Pires: Sim, mas não se esqueçam que a afinação do carro muda consoante a temperatura, tempo, combustível e, acima de tudo, consoante o que digo primeiro.
Por exemplo, se achar que o carro está muito instável, tanto pode ser da pressão dos pneus como da altura do carro e eu não tenho grande forma de saber do que é que é. No fim, duas afinações perfeitas do mesmo piloto com a meteorologia iguais parecem diferentes, mas o carro comporta-se da mesma maneira. Uma afinação compensa a outra.
Blazefp: Já na qualificação, não há razão para este marmanjo não colar o pedal ao fundo, nem para pouparmos pneus ou peças do carro. O importante aqui é a velocidade.
Francisco Pires: Não podia estar mais de acordo. Às vezes é difícil mantermo-nos concentrados durante uma prova tão intensa, mas compensa, até porque na maior parte das pistas temos duas oportunidades.
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E assim acaba a terceira parte desta entrevista com o gestor Blazefp e o seu piloto Francisco Pires.
Aproveitamos para pedir desculpa pelo atraso na publicação, mas, devido a um incêndio no edifício da revista, uma publicação mais cedo não foi possível.
Regressamos quarta-feira com mais conversa sobre corridas, desta vez abordando as diferentes estratégias de corridas possíveis e estilos de condução.
Até lá, mantenham esse pedal bem ao fundo.