Comunicati Stampa - Road Rage Mag: A Entrevista
Road Rage Mag: A Entrevista
Introdução:
Olá Lusofonia! Bem Vindos ao Mundo Road Rage!
Visto ser a primeira edição feita em português acho que deveria explicar-vos o que é a Road Rage Mag. A Road Rage é uma magazine que irá procurar falar um pouco de tudo e não apenas de desporto motorizado, embora esse seja o seu público alvo, até à data apenas há um exemplar da Road Rage, foi publicado à muito pouco tempo e apenas saiu em inglês como idioma. Desta feita, e devido ao seu conteúdo achámos por bem publicar em português também.
Como já devem ter percebido esta é uma edição especial da Road Rage Mag, chamámos-lhe Road Rage Mag: A Entrevista. E como o nome indica será um segmento em que tentaremos entrevistar pilotos do MRC para tentar saber mais um pouco sobre eles. E para abrir tivémos o prazer de poder entrevistar o Nr1 português e Nr10 mundial o famigerado Francisco Pires. A entrevista decorreu num restaurante típico português bem conhecido ali perto do autódromo do Algarve onde na altura o Francisco Pires se encontrava em testes. Foi uma conversa animada e agradável em que tentámos abranger alguns temas que achámos interessantes, esperemos que gostem. Uma palavra de agradecimento ao Francisco Pires por ter se disponibilizado a dar esta entrevista em tão pouco tempo, sabemos que ele tem um calendário apertado logo o facto de ele se ter aceite falar comnosco significa muito para nós. Muito obrigado.
O conteúdo da entrevista pode ser lido mais abaixo, mas antes disso aqui ficam alguns números e também um resumo do Palmarés do Francisco Pires.
Nota: O Palmarés que é aqui apresentado é disposto por ordem de conquistas e por rankings obtidos até à data. E não por ordem de importância.
Francisco Pires - Portugal
Número De Épocas Oficias: 7
Número De Qualificações: 677
Número De Pole Positions: 270
Número De Top5 Em Qualificações: 563
Número De Top10 Em Qualificações: 627
Número De Corridas: 836
Número De Vitórias: 228
Número De Pódiums: 484
Número De Top5 Em Corridas: 573
Número De Top10 Em Corridas: 655
Análise Rápida em Qualificação:
Percentagem de Poles = 39.9%
Percentagem de TOP5 = 83.2%
Percentagem de TOP10 = 92.6%
Análise Rápida em Corrida:
Percentagem de Vitórias = 27.3%
Percentagem de Podios = 57.9%
Percentagem de TOP5 = 68.5%
Percentagem de TOP10 = 78.3%
Palmarés:
1º da Série Personalizada Tour de France XIII
1º da Série Personalizada Far-Far-East Cup XIII
1º da Série Personalizada Arskap Cup XIII
1º da Série Personalizada Support World Peace Tour XVII
1º da Série Personalizada Marathon Cup VI
1º da Série de Época Formula 2 Europe Series
1º da Série Personalizada North EURO Cup XXI
1º da Série Personalizada European Tour XVIII
1º da Série Personalizada Flipers Cup XVI
1º da Série Personalizada Happy Racing XX
1º da Série Personalizada Herkules Trophy I
1º da Série Personalizada Beach Cup XX
1º da Série Personalizada Hungarian Trophy XLII
1º da Série Personalizada Lucky Racing XXV
2º da Série de Época Formula 3 Portuguese Series
2º da Série Personalizada US Trophy VIII
2º da Série de Época Formula 3 Europe Series
2º da Série Personalizada Friendship Cup X
2º da Série Personalizada F3 Grand Prix X
2º da Série Personalizada World Oval Series XVII
3º da Série Personalizada Premiere Oval Series XIX
3º da Série Personalizada La Coppa Italia XXIV
3º Absoluto da Série de Época Formula 2 World Series
Recordes Da Pista em Qualificação Até à Data:
Phakisa GP - Fórmula 3
Vodochody - Privado
Alastaro - Fórmula 3
Dijon-Prenois - Privado
Croft - Privado
Algarve - Fórmula 3
Recordes Da Pista em Corrida Até à Data:
Vodochody - Privado
Slovakiaring - Privado
Londrina - Privado
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A Road Rage Mag Entrevista Francisco Pires
Road Rage: Francisco Pires de onde vem a sua paixão pelo desporto automóvel?
Francisco Pires - Bom essa é dificil de responder, não sei bem porquê nem desde quando mas desde sempre me lembro de gostar da competição motorizada.
Acho que a minha lembrança mais antiga de automobilismo vem de 1999 quando passou pela minha cidade o Rali de Portugal, tinha eu só uns 4 ou 5 anitos. Foi no início de uma etapa por isso dava para ver bem os carros e o que mais me chamou à atenção foi o Subaru Impreza. Talvez por ser o mais extravagante, com uma asa traseira maior e cores vibrantes, ou pelo logo da marca ser o mais imaginativo. Nem me lembro muito do som, só a imagem já valia o espectáculo.
Acho que a partir daí cresceu em mim o bichinho das corridas. Mais tarde foi alimentado pelo BMW 318i de 150cv que o meu pai comprou e algumas vezes puxava por ele, pelo Gran Turismo 4 e pelos kartings (bem menos do que gostava, apenas umas vezes ao ano).
RR: Pensa que com 32 anos tem ainda a competitividade necessária para competir ao mais alto nível nas mais prestigiadas competições do MRC? Se sim por quanto mais tempo?
FP - Gosto de pensar que o meu nome nos inscritos de uma corrida ainda incute algum medo nos meus principais adversários, mas a verdade é que isso está a desvanecer mais depressa do que pensei. Ainda assim, foi uma longa subida até ao topo, é uma longa queda de volta lá abaixo também.
Infelizmente, acho que a 2ª metade da minha carreira já começou e talvez tenha sido há mais tempo do que penso...
RR: Acha que conseguirá manter-se activo (e competitivo) até à chegada da F1?
FP - Isso é a pergunta que mais me atormenta hoje em dia. Activo? Claro. Competitivo? Disso já não tenho tanta certeza. Não pelos 1ºs lugares pelo menos.
Com pilotos mais jovens a evoluir tão depressa simplesmente não sei. Antes tinha a certeza que sim, mas agora depois de ver a competitividade da Nascar, já não estou tão seguro.
É algo que vamos ter que esperar para ver.
RR: Como vê o futuro da representação de Portugal após retirar-se? Prevê que irá existir um vazio grande durante muitas épocas ou vê algum piloto que possa seguir as suas pisadas?
FP - Deixa-me desde já dizer que tem sido uma grande honra ter conseguido pôr a bandeira Portuguesa entre as melhores do Mundo e mantê-la lá por tantas épocas.
Portugal tem muitos pilotos de qualidade, tenho a certeza que se continuarem a subir conseguem também chegar ao topo e talvez até ultrapassar o meu recorde. Espero que consigam e vou ajudar no que puder para que isso aconteça.
Dito isto, não estou muito preocupado com o "rating" de Portugal depois de me retirar, não sou o único a representar pela positiva este pequeno país. Há apenas umas temporadas atrás existiam apenas 2 pilotos com rating superior a 1000, agora há 7. No futuro, mais haverão.
RR: Quais foram até agora os seus maiores rivais no MRC? E se possível porquê?
FP - De início era o Jonnas Vitorino, disputávamos pelo rating, mas ele mantinha-se teimosamente à frente até eu chegar à série europeia de Formula 2. Depois ultrapassei-o a desde então que tenho ficado sempre à frente dele.
Nessa época tinha apenas o Edvinas Pavlovas da Lituânia a roubar-me os 1ºs lugares mas ele reformou-se a meio da época e fiquei a correr quase sozinho sempre lá à frente.
Depois fui para a Indy, onde não tive grandes rivais. Ficava em lugares razoáveis umas vezes, outras vezes não chegava a acabar a corrida.
Foi só na série Mundial de F2 que comecei a rivalizar independentemente com alguns pilotos. De vez em quando, quando as corridas corriam bem, era com o Paolo Grandi que rivalizava, mas era raro. Normalmente o meu principal rival era o Riks Piks que acabou por me vencer, mas eu ajustei contas na época seguinte :)
Se tivesse que escolher o meu principal rival de sempre, acho que teria que escolher o Riks Piks.
RR: E quais os seus maiores triunfos no MRC? Se é que ainda se lembra!
FP - A piada da idade sempre presente, como as pessoas gostam de me chamar velho hehe.
Bom essa é difícil. Em séries oficiais penso que o meu maior feito foi vencer a série europeia de F2 com 381 pontos e 18 pódios em 20 corridas. Essa foi uma das minhas melhores temporadas dentro de um carro, dificilmente a repito.
Mas a série que me deu mais gozo vencer foi a Happy Racing XX. Tinha o Grosjean, que na altura era considerado o melhor piloto do Mundo, e o Novikov. Mantive-me sempre entre 3º e 2º o que eu já considerava bom e na última corrida estava em 3º geral, o que achei adequado. Mesmo assim, corri para ganhar e assim o fiz. Coincidentemente, tanto o Grosjean como o Novikov tiveram problemas e acabaram no fim do pelotão da frente o que me deu pontos suficientes para ganhar a série apesar ter ter só uma vitória e ter estado sempre em 2/3º lugar.
RR: Falou-se até à bem pouco tempo na possibilidade de termos no MRC a introdução de Motos como parte da competição. O que acha dessa possibilidade?
FP - Acho uma adição fantástica que só vai trazer mais variedade. Da forma como o vejo, podem-se criar dois grupos distintos, um grupo de pilotos de motas e outro de carros. Vai sempre haver quem queira ser o melhor a ambos mas acho isso difícil, são dois desportos diferentes e que requerem capacidades diferentes e um piloto não consegue ter as melhores capacidades a tudo.
Eu devo experimentar se ainda vier a tempo, mas não me vou focar nisso. Prefiro as 4 rodas :)
RR: Há mais algum desporto que siga quando não está ao volante de um automóvel de competição?
FP - Não se é português se não se seguir futebol não é? Hehe, não sigo tanto como a maior parte dos meus amigos, mas ainda sei mais ou menos os lugares nas tabelas e alguns resultados das ligas internacionais mais importantes, quando estão em decurso.
De resto não sigo mais nenhum desporto embora gostasse de ver mais basquetebol. Infelizmente não tenho cobertura da NBA TV com a minha operadora e dá muito trabalho manter-me a par pela internet.
RR: Pires, quais os seus hobbies quando não está na pista a conduzir?
FP - Quando não estou em casa costumo ir beber umas jolas com o Johnny e o Fabrício, hehe
Não sei se é de o Johnny preferir Sagres à Super Bock, mas ele acaba muitas vezes arrasado, mesmo quando tem corrida no dia seguinte. Depois sai a meio da corrida para ir ao WC e diz que foi a pressão de óleo, ou que o chão estava escorregadio hehehe
Mas ultimamente tem estado a controlar mais isso, de vez em quando ainda exagera, mas é mais raro.
Eu cá prefiro deixar o álcool para depois de ganhar as corridas, cai melhor, não há grandes consequências e temos as meninas das pits a ajudar-nos hehe
RR: Tem algum ídolo no desporto motorizado (ou na vida)? Se sim, qual (ou quais) e porquê?
FP - No mundo motorizado é definitivamente o Schumacker. Talvez por ter sido o meu primeiro ídolo na F1, não sei bem, sempre foi o meu piloto favorito. Ter batido todos os recordes excepto 3 ou algo assim de certeza que ajudou.
Outro piloto que admiro bastante é o Pedro Lamy. Apesar de ainda não ter vencido as Le Mans, conseguiu (quase?) sempre subir ao pódio com o Peugeot e ficar à frente dos seus companheiros de equipa. É, para mim, o melhor piloto português da atualidade.
RR: Para terminar, já alguma vez teve um momento “Road Rage” na sua vida quotidiana em que não se conseguiu controlar? Se sim descreva-o para nós por favor.
FP - Normalmente controlo-me bastante bem, mas quando vou sem ninguém no carro descontraio mais um bocado e digo coisas que não deveriam ser ditas em televisão pública.´
A que mais me chateou foi à entrada de uma rotunda de 3 faixas e complicada num dia limpo de Verão. Aquilo é por sets, vem um set de carros e ninguém consegue entrar, depois pára por uns momentos, está tudo livre e as pessoas avançam. Como em todas as rotundas portanto.
Acontece que estava com pressa e tinha uma criatura à minha frente que fazia os domingueiros parecerem pilotos de F1. Depois de ter uma abertura de mais de 5 segundos, depois de ver todas as filas à minha volta limparem, é que essa criatura decidiu avançar. E avançou...1 ou 2 metros, depois logo travou porque vinham mais carros na rotunda...
Muito bem, passa outro set e a criatura desta vez já não esperou tanto tempo, só uns 4,9 segundos. Ainda assim conseguiu mandar o carro abaixo... Nem comento...
Mas o que faz a seguir é que me tirou mesmo do sério. Primeiro ficou à procura do botão dos 4 piscas, só depois se dignou a ligar o carro, acender todas as luzes que tinha (para ver se tava tudo ok digo eu) e tirar o travão de mão (sim, esta criatura estava com o travão de mão accionado o tempo todo)!
Foram trocadas umas palavras e expressões feias, algumas das quais nem sabia que conhecia! Ao mesmo tempo tento sair de trás daquele atraso de vida mas ambas as filas nos meus 2 lados estavam a andar devagar e não havia aberturas. Por isso, faço marcha atrás tanto quanto posso, faço que me vou meter pela fila da esquerda e quando vejo um carro a hesitar colo-me ao carro da frente para passar.
Muito bem chego à saída da rotunda que quero, quem me está a travar a passagem? A criatura. Pronto, mais uma volta, mais uma viagem.
Desta foi de vez, finalmente, mas saí dali com um humor que fazia o resmungão da Branca de Neve parecer um ser feliz.
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Esperamos que a entrevista tenha sido do vosso agrado, e continuem atentos pois a Road Rage irá continuar a entrevistar pilotos e a publicar mais segmentos de forma a entreter os nossos leitores. Muito obrigado por terem lido. Um bem haja a todos.
Odisseia!
Brutal! Estou para apostar a minha carreira no MRC em como essa rotunda é a do Marquês...