Pressemeddelelser - Introdução ao MRC - Parte VI
Introdução ao MRC - Parte VI
A Blazefp Magazine volta esta semana com a última parte da entrevista a Blazefp e Francisco Pires.
Para acabar esta série de Introdução ao MRC, decidimos que era justo mostrar as técnicas mais avançadas e complicadas, mas que não são totalmente necessárias para vencer corridas, especialmente em séries mais baixas.
CORRIDAS III (tempo molhado, técnicas avançadas e estratégias de pits):
Blazefp Magazine: Muito bem, esta entrevista já durou mais tempo do que o esperado, por isso e para acabar, falemos de técnicas mais avançadas do jogo. Como deve um engenheiro ajustar o carro para corridas chuvosas?
Blazefp: Ora bem, a afinação que recebemos do engenheiro de corrida não é má seja qual for o tempo, por isso desaconselho qualquer mudança a esta a não ser que tenham a total certeza do que estão a fazer e tenham alguma experiência de campo. Esta afinação extra não é necessária para vencer a maior parte das corridas, só aquelas onde correm os melhores do mundo, e mesmo assim...
Enfim, avisos dados, vamos ao que interessa. O que acontece com a chuva é que torna o solo mais escorregadio, o carro tem menos aderência e assim podemos ajustar a afinação de modo a tornar o carro mais seguro e mais rápido.
Não vou dizer exactamente como ajustar o carro para chuva, como é óbvio, em vez disso vou tentar mostrar-vos a lógica que sigo.
Se o carro não adere bem à estrada, não posso pôr as rodas a acelerar muito rapidamente e derraparem. Assim, as relações de mudanças não podem dar ao carro muita aceleração. E para aumentar a aderência pode-se aumentar a força aerodinâmica descendente ou aumentar o contacto dos pneus com o chão, pondo-los mais moles, etc.
Tempos molhados implicam, para além disto tudo, um carro mais estável. Por esta razão, as diferenças entre definições frontais e traseiras deve também ser aligeirada.
Também se deve ter em atenção que estas alterações não devem ser bruscas de forma alguma.
Francisco Pires: Há que se ter bastante cuidado com estes ajustes. Se feitos correctamente podem dar uma vantagem significativa ao piloto, mas se errarem, mesmo que seja por pouco, podem piorar o desempenho do carro e torná-lo mais propício a acidentes. Apenas gestores experientes se devem aventurar nestas áreas.
Blazefp Magazine: Certo, mas mesmo que o tempo esteja favorável, uma coisa é fazer 40 voltas com o tanque cheio, outra coisa é fazer 2 voltas com o tanque quase vazio.
Como é que esta diferença de peso afecta o desempenho do carro?
Blazefp: O pensamento é basicamente o mesmo: menos peso -> menos aderência -> compensa com a afinação.
A pressão dos pneus vai ser mais baixa, a relação de caixa mais longa, as asas mais acentuadas, etc.
Francisco Pires: Mas neste caso o ajuste tem de ser ainda mais leve, pois 52 litros (vamos supor que são 52 kg) equivalem a apenas um décimo do peso bruto do carro.
A repartição de travagem, que é um caso à parte, não deve mudar muito. Lembrem-se só que o carro deve travar mais nas rodas com mais tracção.
Blazefp Magazine: Parece-me haver várias opções disponíveis para estratégias de boxe nas corridas. Podem-nos explicar melhor em que consistem?
Blazefp: Em poucas palavras, deve-se cortar nas paragens na box para pistas estreitas e com poucas oportunidades para ultrapassar, como em Monte Carlo e em pistas curtas e rápidas, como qualquer oval.
É uma óptima escolha, no entanto, parar mais do que uma vez em corridas longas e/ou que comecemos numa má posição. Dá tempo para ultrapassar facilmente os mais lentos e pôr-nos de novo numa boa posição de ataque.
Francisco Pires: Convém estudar as corridas antes de se entrar nelas, ver uns vídeos onboard no youtube (o carro que usam é secundário), ver no relatório de corridas diferentes tácticas de diferentes jogadores e tentar perceber porquê e como resultaram.
Blazefp Magazine: Muito bem. Não vos vamos roubar mais tempo, bem sei que foi muito. Muito obrigado pela vossa disponibilidade e até à próxima.
Blazefp: Ora essa. Só espero ter conseguido ajudar. Até à próxima.
Francisco Pires: Yep, bastante tempo, mas se formos a pensar nisto a sério, dava para escrever um livro!
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E acabaram as sessões intensivas de esclarecimento de... bom, de tudo.
Esperemos ter-vos tirado, pelo menos, a maior parte das dúvidas mais pertinentes, se não, podem sempre perguntar aos entrevistados.
Até à próxima e mantenham o pedal a fundo.